Private View
Maureen Paley (London)
Erik van Lieshout, I hate my father (plasterboard and wood and mixed media 280 x 74 x 92 cm), 2013-14. © the artist, courtesy Maureen Paley, London |
Para a exposição Private View, na galeria Maureen Paley (Londres), van Leishout (1968) apresenta um conjunto de onze estruturas, construções, instalações que inquerem sobre a sociedade holandesa. Em particular, ele retira e usa elementos autobiográficos e da família real holandesa e procura mostrar as relações entre os distintos membros que constituem essa estrutura social. As construções, ‘Film Production Plan’ (2014), ‘Workers Table’ (2013’14), ‘I hate my father’ (2013-14), ‘House of Guilt’ (2013-14), etc, estão organizadas e estruturadas de acordo com um plano social e criam relações entre as partes e os elementos de algo mais complexo, seja através da sua disposição espacial e autorização de navegação, seja através da introdução aparentemente desordenada de desenhos, imagens, e montagens. O artista, procura, com esta práctica, inquirir sobre o lugar onde poderá existir um inesperado conjunto de possibilidades no campo de expansão infinita que é chamado de Arte. Nomeadamente, ele está a tentar tirar o que é da infraestrutura do que é imposto pelo planeamento ao criar contradições. Especificamente, a infraestrutura pessoal que se encontra captiva nas mãos de quem idealiza e projecta as estruturas e os espaços circundantes, envolventes. Pois, a larga estrutura social que nos rodeia e envolve é a ilusão. Estas estruturas apresentam-se, nos discursos de quem planeia, como um veículo que parece ser eficiente.
vista da exposição na Maureen Paley Erik van Lieshour, The Workers (HD film, colour, sound with carpet installation 52', edition of 3 + 1 AP), 2014. © the artist, courtesy Maureen Paley, London |
Através da sua obra, van Lieshout, submerge-se dentro dos rituais e normas da comunidade que descreve. Ele oscila entre perspectivas documentais e ficcionais de forma a poder contar histórias sobre a sabedoria rosa, a memória e o poder da perseverança do vazio na classe média, no pequeno-burguês. As estruturas são o campo de sentimentos, e as infraestruturas os campos subjectivos. Os filmes – como ‘The Workers’ (2014), presente na exposição na Maureen Paley, um dos assuntos focados é a ilusão de transparência nas condições brutais e injustas derivadas do trabalho – e instalações questionam e exploram as escolhas e a visão redutora do mundo, preconceituosa e tacanha das decisões tomadas pela classe média. As particularidades das condições sob as quais um trabalha dita realmente a forma como um pode operar. Esta é uma obra política em que as estruturas, as infraestruturas e o planeamento imposto é relacionado.
Published at Molduras: as artes plásticas na Antena 2: Erik van Lieshout: Private View
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