Monday 15 June 2009

Pode a arte reavivar o nosso interesse por um lugar?

Lisboa investe em equipamentos para a promoção e divulgação, ensino e formação de conteúdos.

Podem as artes plásticas ou performativas reavivar o interesse por museus, fundações ou mesmo estádios, pavilhões e zonas que durante um determinado período de tempo apelaram pela atenção da sociedade?

No verão de 2004, Portugal foi palco de um dos eventos desportivo de maior impacto turístico internacional, no qual resultou na construção de novos espaços de espectáculo e entretenimento desportivo. Em 1998, durante meses, a zona a norte de Lisboa atraiu um grandes números de visitantes a um evento de impacto mundial, para o qual se concebeu e promoveu um destino específico. Mais recentemente, a nível internacional, o Estádio Nacional de Pequim (China), ou o «Ninho de Pássaro», como ficou conhecido devido à sua arquitectura, encontra-se a sofrer da mesma falta de programação a longo prazo de que muitos outros edifícios e lugares construídos para um momento perecível apresentam.

Todos levantam um problema: a sua utilização após a realização do fim para qual estavam destinados. Naquele caso específico, a realização de espectáculos de ópera ou de circo são possibilidades apontadas pelo governo chinês. No caso nacional a realização de eventos de índole desportivos ou de mostras temáticas, dentro do contexto para o qual os espaços foram concebidos, é a regra entretanto determinada. A crescente necessidade de encontrar alternativas às soluções estabelecidas é, porém, um requisito pretendido por muitas destas instituições, nomeadamente para a fidelização de públicos.

Inserido por um contexto local, a cidade de Lisboa, está a procurar investir, nestes últimos anos, em equipamentos urbanos para a promoção e divulgação, o ensino e formação de conteúdos culturais e artísticos. Dedicados à dança contemporânea, ao design e à moda, às artes plásticas ou residências de artistas e intercâmbios, este lugares apresentam-se com actividades programáticas concebidas e dinamizadas pela sociedade civil e seus representantes. Depois da Miguel Bombarda, no Porto, um dos últimos elementos a ser introduzido nesta equação foi o Museu do Design e da Moda, na baixa pombalina, em Lisboa. Ao introduzir soluções diversificadas das já institucionalizadas e estabelecidas, a decisão de trazer as artes para um lugar é uma escolha galvanizadora que pode estimular grupos a aproveitar os extraordinários espaços que são oferecidos.

Published at NS'179/IN#075, Mercado da arte (70), (Diário de Notícias N.º 51203 e Jornal de Noticias N.º 12/122), 13 de Junho de 2009 Portugal © Ombro a ombro. Retratos Políticos Courtesy: MUDE Museu do Design e da Moda - Colecção Francisco Capelo

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