Monday 16 November 2009

Novos sinais de estabilidade

Leilões de arte contemporânea de Londres dão sinais de que os piores tempos já passaram.

Apesar de o volume e os resultados finais serem uma fracção do que os leilões representavam no passado, a elevada percentagem de lotes vendidos nas três mais importantes casas internacionais (Sotheby’s, Christie’s e Phillips de Pury & Co.), na semana de leilões coincidente com a Frieze Art Fair, em Londres, aparenta sinais de que os piores tempos já passaram e melhores estão à vista.

O leilão de arte contemporânea da Sotheby’s, na tarde de 16 de Outubro, apresentou 217 lotes (incluía pela primeira vez arte originária do Médio Oriente), dos quais foram vendidos 159 lotes pelo valor total de 14 milhões de euros. Apesar da fraca prestação do dólar, quando equiparado ao euro ou à libra esterlina, um dos espelhos de Anish Kapoor, Untitled (250x250x60cm, de 1994), foi adquirido por um coleccionador privado norte-americano por cerca de 720 mil euros. Na Christie’s, a noite de 16 de Outubro resultou em mais de 18 milhões de euros para os 52 lotes vendidos, de um total de 62 oferecidos; o óleo sobre tela, Paris Bar (1991), de Martin Kippenberger, foi comprado por um anónimo por 2,4 milhões de euros (o segundo mais elevado valor pago por uma obra deste artista em leilão). No dia 17 de Outubro, os dois leilões na Phillips de Pury & Co. encerraram a semana; os 31 lotes (dos 43 apresentados) realizaram 4,5 milhões de euros.

O número de obras de arte leiloadas abaixo dos cinco mil euros aumentou cerca de 20%; uma variação dos 50%, para os 79% (números correspondentes aos lotes vendidos entre Julho de 2007 e Junho de 2008).

Durante estes últimos sete anos, o segmento da arte contemporânea desenvolveu-se com uma rapidez alucinante. Sobretudo com a venda de peças com valor mais elevado no mercado, devido ao aumento da procura de peças por novos compradores oriundos da Ásia, Rússia e do Médio Oriente, bem como ao aumento significativo do número de especuladores e fundos de investimentos atraídos por retornos fáceis.

De acordo com o relatório anual produzido pela consultora francesa Artprice, sobre o mercado da arte contemporânea entre Junho de 2008 e Junho de 2009, durante esse período a quantidade de peças de arte contemporânea vendida acima do um milhão de euros aumentou mais de 620%. No entanto, após o pico da bolha especulativa atingido nos inícios de 2008, os preços registaram um declínio de cerca de menos 27% durante o restante ano. Voltaram a valores próximos dos praticados entre 2005 e 2006.

Published at NS'201/IN#097, Mercado da arte (70), (Diário de Notícias N.º 51357 e Jornal de Notícias N.º 166/122), 14 de Novembro de 2009 Portugal © Martin Kippenberger, Paris Bar (óleo sobre tela 207x380,80cm) 1991 Courtesy: Christie’s 2009

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