Tuesday 15 December 2009

O espectáculo do mercado da arte contemporânea

Quando falamos da arte contemporânea estamos a designar um estilo que se reporta a aquilo que nos propõe um pensamento sobre a prática visual actual, a análise crítica do nosso quotidiano. É admirável quando se pensa no passado e na quantidade de tendências estilísticas existentes – o expressionismo abstracto, a pop art, a arte conceptual, o minimalismo, etc. Actualmente, a tradição artística ocidental incorpora cada vez mais conceitos originários no Oriente, em África ou na América do Sul. Os estilos são em demasia, existe uma mutação rápida demais para que alguma possa assumir uma posição dominante, ou seja, vivemos num trópico estilístico.

Por outro lado, quando pensamos na recente correcção económica do mercado, uma das tendências é de que as obras apresentadas pelas galerias têm menos impacto visual, é uma selecção mais criteriosa. O que é uma boa notícia. As peças de arte que anteriormente estavam ofuscadas por imagens mais floridas conseguem agora estar na vanguarda da escolha de coleccionadores e conhecedores.

Recentemente, a Paris Photo, a feira especializada em fotografia que se realizou em Paris, recebeu mais de quarenta mil visitantes. Um excelente indicador quando comparado com os cerca de 37 mil no ano transacto.

Os recentes leilões de arte contemporânea ou as obras seleccionadas e apresentadas pelos galeristas nas feiras internacionais de arte contemporânea são testemunho dessa recuperação. Na nossa história, mais do que nunca, as pessoas estão confortáveis em poder escolher a partir de uma rica variedade de fontes.

Published at NS'206/IN#102, Mercado da Arte (70), (Diário de Notícias N.º 51392 e Jornal de Notícias N.º 201/122), 19 de Dezembro de 2009 Portugal © Rita Barros, The Last Cigarette #5, 2005 Courtesy: Galeria Pente 10

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