Monday 13 July 2009

Cinco artistas portugueses em Basileia

Algumas das peças apresentadas foram adquiridas por coleccionadores privados internacionais

Sujeitas ao fluxo constantes de coleccionadores e de vendas das mais importantes exposições de arte contemporânea com fins comerciais, em Londres, Miami ou Tóquio, os eventos paralelos às principais feiras de arte ou entraram em processo de relocalização ou simplesmente cancelaram ou adiaram a sua realização. Durante o início de Junho, em Basileia (Suíça) duas das feiras-satélites beneficiaram da sua nova localização (a 40ª. edição da feira de arte Art Basel foi acompanhada por várias feiras, como a Design Miami/Basel, Hot Art Fair, List – The Young Art Fair, Scope, The Solo Project e Volta5), quer a nível de visitantes quer a nível das peças transaccionadas.

Paralelamente à Arte Basel (onde esteve presente a galeria Cristina Guerra – Contemporary Art), na 5ª. edição da feira de arte Volta (também em Basileia), a galeria de Andrea Baginski apresentou, a um público internacional obras de cinco artistas portugueses: Miguel Palma, Carlos Correia, Cecília Costa, João Paulo Serafim e Paulo Brighenti. Apesar da procura por nomes já estabelecidos no mercado nacional e de valores muito superiores aos praticados no mercado nacional por outros espaços comerciais (estavam representadas 110 galerias, mais 42 do que em 2008), algumas da peças apresentada pela galeria foram adquiridas por coleccionadores privados internacionais.

A Baginski neste último mês, abriu o novo espaço na zona ribeirinha de Lisboa, no Beato, e participou na Volta5. O facto de participar numa feira de arte internacional paralela à Art Basel permitiu potenciar e divulgar a arte contemporânea nacional junto de um público global, ao investir na presença neste evento de grandes repercussões, num espaço caracterizado pela reunião de curadores, directores, coleccionadores e profissionais do mundo da arte contemporânea à procura de peças com maior tendência comercial e de valores emergentes.

A contracção económica mundial leva a que o pensamento lógico na gestão de um espaço comercial – como uma galeria de arte – consista em acautelar custos (comissões de trabalhos a artistas ou de exposições) e reduzir os valores disponibilizados para deslocações e transportes de obras (participações em feiras de arte, por exemplo). A diferença entre a presente crise e a recessão do final da década de oitenta, é que nessa altura era quase impossível vender fosse o que fosse, enquanto actualmente, nove meses após o colapso da Lehman Brothers, existe um maior número de coleccionadores com riqueza mais distribuída por outras áreas de negócio.

Published at NS'183/IN#079, Mercado da arte (70), (Diário de Notícias N.º 51231 e Jornal de Notícias N.º 40/122), 11 de Julho de 2009 Portugal © Miguel Palma, EGO (Electronic Growing Organism), 2009 Courtesy Baginski, Galeria/Projectos e Volta Show

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