Tuesday 10 March 2009

A limpar o mercado da arte

Se o valor do mercado da arte pode ser medido pelo resultado dos leilões, então com o leilão de Arte Contemporânea, na Phillips de Pury, em Fevereiro, concluiu-se a primeira ronda de arrematações na praça pública a nível internacional, na qual se incluem a Sotheby’s e a Christie’s.

Uma vez mais o mercado da arte provou a sua resiliência a momentos de menor exaltação socioeconómica, ao apresentar obras raras e de qualidade superior ao apreciado nestes últimos anos. De outra forma, também as estimativas estão mais de acordo com os valores praticados há cinco anos, do que desde 2004.

Estas vendas confirmaram a contracção e selecção com relação à procura de peças, bem como indiciam a depuração do próprio mercado relativamente a quem com sensibilidade procura investe em arte.

No seguimento do acontecido nos leilões de arte contemporânea nas duas maiores leiloeiras internacionais, também, na Phillips de Pury os lotes considerados de maior expectativa não foram arrematados: tanto Man in Blue IV de Francis Bacon (estimado em 4,5 milhões de euros) como Encased – Five Rows, de Jeff Koons (estimado em dois milhões de euros) não encontraram compradores.

Contudo, peças de valor mais reduzido, como Black Hole (Single Channel), de 2004, de Banks Violette (mínimo estimado em sessenta mil euros) foi adquirida por cem mil euros, e Untitled (Four Women with Hats), de 1980, de Richard Prince, foi arrematada por aproximadamente 370 mil euros, muito acima do mínimo estimado, cerca 220 mil euros.

Published at NS'165/IN#061, Mercado da Arte (70), (Diário de Notícias N.º 51200 e Jornal de Notícias N.º 273/121), 7 de Março de 2009 Portugal © Banks Violette, Black Hole (Single Channel), 2004 Courtesy: Phillipes de Pury & Company 2009

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