Tuesday 24 March 2009

Vivo ou morto

Enquanto grupos de activistas de defesa dos direitos dos animais procuram fechar exposições, Adel Abdessemed continua no centro das atenções ao conceber obras que examinam a morte, a violência e a religião.

Em 2008, Don’t Trust Me, vídeo apresentado no San Francisco Art Institute (São Francisco, EUA), mostrava seis animais a serem mortos com uma marreta numa quinta no México.

Para a peça Prostitute, de 2008 (120 mil euros), o artista contratou três prostitutas para copiarem a Bíblia, a Torá e o Alcorão – estas peças procuram questionar a santidade intrínseca dos textos religiosos quando estes são escritos por prostitutas.

A obra de Abdessemed (facas, brocas de tamanhos desmesurados, material reciclado ou animais) condensa gestos dramáticos entre a união de forças opostas: individualidade e corpo político, desejo e morte, o sagrado e o profano, ou seja, entre arte e política. As usas peças funcionam também como um instrumento benigno de comunicação pós-colonial global à espera de serem preenchidos com significados.

Adel Abdessemed nasceu em Constantina, Argélia, em 1971. Presentemente vive em Paris. Abdessemed trabalha sobre uma variedade de meios como vídeo, animação, performance, instalações e escultura. Já expôs no Centre Pompidou e no Le Palais de Tokyo em Paris; participou na Bienal de São Paulo, em 2006, na Bienal de Shanghai, em 2004, na Bienal de Veneza, em 2003, e é um dos artistas participantes na Bienal de Havana, em Cuba.

Published at NS'167/IN#63, Mercado da Arte (70), (Diário de Notícias N.º 51214 e Jornal de Notícias N.º 287/121), 21 de Março de 2009 Portugal Adel Abdessemed, Or noir, 2007 Courtesy David Zwirner

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