Bem! Quando, lá fora, estão cerca de 8º (pelo menos, aqui na província da periferia mundial) acompanhados por um delicioso sopro invernoso, mas demasiadamente arrepiante para se querer sair de casa, qual é o interesse em ficar retido, pelo aconchego de um monitor, entre a privacidade das quatro paredes brancas de uma sala?
Se já não existe o óbvio inconveniente de termos de traçar uma rota para podermos visitar as galerias que nos interessam, dentro do prazo de tempo disponível, sem esquecermos de visitar quem é quem neste mundo, enquanto perdemos a noção do que já foi visto ou ainda não foi visto, outra das razões pela qual é apetecível visitar a primeira feira de arte contemporânea virtual – a VIP (Viewing in Private) Art Fair inaugura hoje, dia 22 de Janeiro de 2011, e continuará acessível, ao público global, até ao próximo dia 30 de Janeiro, num computador perto de si – está, mediante uma pequena quantia (US$100), na possibilidade de navegar entre e saber o valor aproximado de uma peça de arte ou, de uma forma democrática, termos a oportunidade de visualizar os estúdios (videos produzidos pela empresa online Art21) de alguns dos mais interessantes artistas da actualidade, como William Kentridge (o artista descreve como associações e ideas complexas emergem do simples acto de "colocar pedaços de papel juntos", por exemplo), Cindy Sherman, Cai Guo-Qiang, Bruce Nauman, Allan McCollum, Jennifer Allora & Guillermo Calzadilla e Paul McCarthy, entre outros. Tudo de acordo com a nossa agenda e interesse individual.
No entanto, continua, como é normal neste género de eventos, em especial efémeridades de impacto global, a existir durante algum tempo uma certa e determinada dificuldade em nos deslocarmos e movimentarmos no espaço - situação menos difícil de suportar tendo em conta o contexto onde nos encontramos enquanto esperamos.
Sem qualquer galeria portuguesa presente, mas com 137 galerias originárias de 30 países (A Gentil Carioca do Rio de Janeiro; Juana de Aizpuru de Madrid; David Zwirner e Lehmann Maupin de New York; White Cube e Maureen Paley de London; Yvon Lambert de Paris; Bose Pacia/Nature Morte de New Dehli; Annet Gelink de Amsterdam; e Sprüth Magers de Berlin; entre outras) esta feira virtual apresenta algumas dos mais interessantes e importantes espaços comerciais de arte contemporânea a jogar no xadrez económico internacional. Das economias emergentes às economias já estabelecidade e líderes. Conjuntamente estão ainda presentes 17 instituições, como revistas ou jornais de arte (The Art Newspaper) e companhias de seguros (AXA Art Insurance Corporation).
Mas nem tudo é menos bom para o mercado artístico contemporâneao Português: Carlos Bunga (peças com valor entre €5 mil e €15 mil) e Fernanda Fragateiro (entre €25 mil e €50mil) na Galeria Elba Benitez (Madrid), Joana Vasconcelos (€25 mil e €50 mil) e Jorge Queiroz (€10 mil e €25 mil) na Galerie Nathalie Obadia (Paris/Brussels) são alguns dos artistas nacionais apresentados.
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