Apesar da crise e dos factores de perturbação, a principal feira de arte dos Estados Unidos aposta no aumento de expositores.
Um ano de transformações, é o que o ano de 2010 vai continuar a ser. Segundo os múltiplos indicadores, e se entretanto não existirem novos choques significativos na economia mundial, este ano deverá ser melhor do que o ano anterior. Os dados referentes aos valores dos leilões de Fevereiro, em Londres, indicam resultados acima dos de 2009, para mais do dobro.
Durante o mês de Março, o circuito internacional de arte composto por artistas, galeristas, coleccionadores, críticos e curadores de todo o mundo viajam desta vez para Nova Iorque. Uma reunião de forma a apreciar e avaliar o momento actual do mercado da arte moderna e contemporânea, enquanto neste período de maior contenção financeira se perspectivam quais as tendências artísticas futuras.
Apesar de o mercado da arte estar a passar nestes dois últimos anos por um período de reestruturação e a desembaraçar-se de factores perturbantes, The Armory Show (assim chamada em homenagem à 1.ª Exposição Internacional de Arte Moderna em Nova Iorque, que teve lugar em 1913 no arsenal – armory – da Guarda Nacional nova-iorquina) seguiu em direcção oposta ao que seria imposto pela limitada liquidez dos mercados financeiros, por exemplo, como aconteceu por exemplo com a ARCOmadrid. Ou seja, ao invés de reduzir o número de expositores (239 stands, em 2009) este ano há um acréscimo para 285 stands. A 12ª edição da feira internacional de arte nova apresenta 167 comerciantes de arte contemporânea, 66 de arte moderna e dez instituições sem fins lucrativos.
Além das galerias originárias do mercado norte-americano, é possível encontrar na feira galerias oriundas de outros países: a Galeria Luciana Brito (Brasil); Galerie Nathalie Obadia (França); Oliva Arauna (Espanha); Hauser & Wirth (Suíça); White Cube ou Greengrassi (Reino Unido), e a Galeria Filomena Soares (Pier 94), de Lisboa. A feira em 2009 atraiu 56 mil visitantes.
Em doze anos, The Armory Show conseguiu tornar-se numa instituição internacional. Actualmente é considerada como a mais proeminente feira dos Estados Unidos da América dedicada à promoção e difusão da arte dos séculos XX e XXI. Um dos suportes desta importância está no número de eventos a decorrerem em simultâneo com a feira: The Art Show, Dutch Art Now, Korean Art Show, Scope, Pulse, Volta, PooL, Fountain, Red Hot, Independent, Verge e Critical Design (as três últimas são novas entradas). Se, no ano passado, a questão era quais as galerias que iriam fechar as suas portas; actualmente a questão está em, quais as feiras que vão conseguir sobreviver para além de 2010?
Published at NS'216/IN#112, Mercado da Arte (70), (Diário de Notícias N.º 51460 e Jornal de Notícias N.º 271/122), 27 de Fevereiro de 2010, Portugal. The Armory Show 2009, vista geral da feira 2009. Courtesy David Willems
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