Para que servem os museus? Estes espaços têm uma colecção privada para ser usufruída por uma comunidade, é um espaço onde podemos ver os outros a olharem para nós.
No actual paradigma, quem é que vai trazer riqueza para o mercado das artes? As grandes instituições que normalmente deveriam comprar, como a Culturgest ou a Fundação de Serralves, por exemplo.
Não é ao encetarem uma política conservadora e proteccionista, mas o oposto, ao voltarem a comprar obras de arte aos artistas, ou a quem os representa.
E a urgência é tanto maior quanto mais tarde se começar, pois não só o mercado não dá sinais de retoma, como o seu constrangimento vai se sentir mais a longo prazo. A alteração desta situação permite corrigir a contracção do mercado, por um lado, mas sem obviamente existir um reajustamento que implica o encerramento de galerias e outros espaços expositivos a curto prazo, por outro.
No entanto, em causa nesta contracção e futura depuração do mercado está, sobretudo, a incapacidade das entidades compradoras de saberem avaliar o valor das obras ou peças anteriormente adquiridas e que, entretanto, nos últimos meses perderam valor e mercado.
Assim, quando existem situações económicas menos favoráveis socialmente, os museus apertam os seus orçamentos e normalmente reduzem ou cancelam exposições e aquisições. Essa é exactamente a reacção errada. De facto, este é o momento ideal para as instituições culturais explorarem e enriquecerem as suas colecções enquanto se apresentam como laboratórios de experimentação da arte contemporânea.
Published at NS'163/IN#059, Mercado da Arte (78), (Diário de Notícias N.º 51186 e Jornal de Notícias N.º 259/121), 21 de Fevereiro de 2009 Portugal © Jochen Lempert, Sem Título (Fogo), 2007 Courtesy: the artist and Culturgest
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