Por serem formas de arte inimagináveis à menos de uma década, a arte denominada de New Media, ou Variable Media, tem como suporte e é uma forma de expressão ainda muito dependente dos desenvolvimentos tecnológicos, como a contínua miniaturização dos componentes, os desenvolvimentos do software ou os contínuos melhoramentos na tecnologia dos ecrãs.
A arte New Media usualmente refere-se a suportes como vídeo, projecções, arte apresentada com recurso a computadores ou através da internet. Apresenta características físicas menos usuais para o mercado da arte, menos tangíveis, enquanto as peças em suportes estáticos, as tradicionais, como a pintura, o desenho ou a fotografia, têm uma maior relação entre o corpo e a imagem.
Se na Video Arte, os trabalhos de Bill Viola, por exemplo, combinam questões tecnológicas – uso do vídeo no mundo artístico – com temas centrais da consciência e experiência humana; e se na Net.Art, Y0ung-Hae Chang Heavy Industries aliam textos em flash com peças musicais, para criar animações virtuais interactivas, fragmentadas; em ambos os casos, ao desafiarem os limites tecnológicos do material, o ecrã transforma-se na tela.
Quando um coleccionador decide adquirir uma peça em New Media, este entra numa nova forma de relação com a arte. Mesmo apesar dos todos os desenvolvimentos tecnológicos recentes, muitos destes novos meios de expressão requerem ser instalados com um maior cuidado e sensibilidade ao meio ambiente envolvente, e necessitam de uma manutenção regular mais frequente, devido à complexidade tecnológica intrínseca do material, do que os suportes tradicionais.
Contudo, o desejo dos coleccionadores por estes suportes joga na proporção directa com a sua objectividade. Quanto mais intangíveis, mais desejados.
Por outro lado, a questão da reprodutividade técnica do material permite também questionar a expansão deste meio a nível da quantidade (o número de edições existentes). Apesar de incrementar a sua disseminação pelo espaço público, e atender a um maior público ao permitir aumentar o seu reconhecimento e compreensão pelas massas, este facto reduz o preço de mercado e a intenção em adquirir uma destas peças.
© Bill Viola, Passage Into Night (instalação de vídeo), 2005 Courtesy: James Cohan Gallery/Kira Perov
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